O ex-ministro José Dirceu, que atuou na pasta da Casa Civil durante o Governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez diversas críticas contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ainda pediu o impeachment do mandatário.

As informações foram dadas durante uma entrevista ao site Poder 360, para o qual Dirceu disse que o Brasil nunca havia sido governado por alguém de conduta tão duvidosa e desleixado como o atual.

O esquerdista classificou o atual governo como autoritário, militar e vários outros adjetivos foram atribuídos ao mesmo.

O ex-ministro falou também sobre as últimas acusações que vêm sendo apontadas contra o atual governo sobre o controle de órgãos públicos, que, segundo Dirceu, tem como objetivo beneficiar Bolsonaro e a própria família.

Foram divulgadas recentemente pela revista Época informações que apontam que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) criou relatórios para ajudar o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) no caso da “rachadinha” que vem sendo investigado por suposta lavagem de dinheiro, entre outros crimes.

O órgão é comandado por Alexandre Ramagem, amigo próximo da família Bolsonaro. Sobre as acusações, a agência negou que tenha feito os relatórios citados em questão.

Dirceu afirmou que o Brasil está vivendo próximo ao precipício e que tudo indica que a qualquer momento o país pode entrar em colapso ou ruptura.

Dirceu faz convocação para tirar Bolsonaro

O ex-ministro disse que Bolsonaro e os membros do atual governo devem ser retirados do poder e que isso tem que acontecer logo, pois as pessoas não deveriam esperar para fazer isso em 2022, quando as Eleições vão acontecer. "Não podemos esperar por 2022 para derrotar este desgoverno", disse.

Dirceu reiterou que a tarefa do povo para este ano é lutar para tirar Bolsonaro do poder e que tudo deve ser feito dentro das leis e obedecendo à Constituição.

Outro ponto citado pelo ex-ministro é a junção de todos os partidos e parlamentares da esquerda para organizar uma manifestação resistente para tirar Bolsonaro do governo.

Esse mesmo grupo deve reivindicar uma vacina para imunizar a população, a volta do pagamento do Auxílio Emergencial, cobrar a criação de empregos e rendas e por fim definir um candidato para concorrer às eleições em 2022.

Dirceu cumpria prisão por lavagem de dinheiro

José Dirceu foi solto após ser beneficiado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que um condenado só pode ficar preso após esgotados todos os recursos.

A condenação de Dirceu se deu nos desdobramentos das investigações da Lava jato. Ele foi julgado e condenado a 8 anos e 10 meses de detenção por desvios de recursos, sendo a segunda condenação contra o parlamentar.

Em 2017, Dirceu teve sua pena aumentada na segunda instância para 30 anos e 9 meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Além de Dirceu, vários outros envolvidos foram presos durante as investigações da Lava Jato em âmbito nacional que envolvia corrupção e lavagem de dinheiro.