Na última segunda-feira (4) o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as mídias sociais para dizer que não vai demorar muito para o Brasil estar usando uma vacina segura e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para imunizar a população contra o coronavírus.
Na publicação feita por Bolsonaro não consta data e nem como será feita a vacinação no Brasil, ele só fez questão de dizer que não será obrigatório o uso da vacina. "A vacina emergencial (depois de certificada pela Anvisa), e não obrigatória, está a caminho", disse.
- O tratamento precoce salva vidas.
- A vacina emergencial (depois de certificada pela @anvisa_oficial ), e não obrigatória, está a caminho.
. Link no YouTube: https://t.co/vh7YxKBKfI
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 4, 2021
A Fiocruz cogitou fazer um pedido de uso emergencial da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, mas não foi apresentada ainda uma definição.
Esta é uma das expectativas que o Governo está tendo nesta semana e que vem sendo considerada a mais decisiva até o momento para que se apresente uma vacina e o plano de vacinação para imunizar os brasileiros.
Em São Paulo, o governador do estado, João Doria (PSDB), junto ao Instituto Butantan, disse que vai ampliar o número de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria com a empresa Sinovac, da China.
O dossiê deve ser completado ainda este mês, de acordo com as informações divulgadas pelo governo do estado.
No entanto, a vacina precisa passar pela aprovação da Anvisa para ser utilizada aqui no Brasil. O governo paulista ressaltou que quer iniciar a imunização dos paulistanos neste mês de janeiro.
Outra fabricante que deseja vender o imunizante para o Brasil é a Pfizer, que pretende mudar as normas para atender as exigências impostas pela Anvisa.
Antes, a Pfizer queria que a Anvisa liberasse o uso do medicamento no Brasil sem entregar todos os relatórios colhidos e documento definitivo que garante a eficácia do remédio junto ao termo de responsabilidade, caso haja efeitos colaterais.
Bolsonaro publica vídeo de médico criticando vacinas
Além do texto, Bolsonaro publicou também um vídeo no qual o pediatra e toxicologista Anthony Wong defende o tratamento à base de hidroxicloroquina, Azitromicina, Annita e outros, sem apresentar uma comprovação científica sobre a eficácia desses remédios.
No vídeo aparece uma repórter perguntando para Anthony Wong o porquê da Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendar o uso, já que o medicamento supostamente apresenta bons resultados contra o coronavírus.
Em sua resposta o toxicologista disse que tem muito dinheiro envolvido. No mês de novembro circulou um vídeo em que Wong repassa informações duvidosas sobre vacinas que vêm sendo produzidas contra o coronavírus.
Além disso, o médico divulgou as informações fora de contexto para difamar a vacina que vem sendo produzida pela Sinovac e o Instituto Butantan.
Bolsonaro reiterou que o resultado do uso da hidroxicloroquina é mais eficiente quando o remédio é aplicado logo no início, quando o paciente descobre que contraiu o coronavírus, afirmação que não tem nenhuma base científica.