O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou as redes sociais no último domingo (3) para criticar a demora na vacinação dos brasileiros contra o coronavírus por parte do Governo.
Gilmar Mendes fez questão de ressaltar que países vizinhos já estão imunizando seus habitantes e cobrou com urgência do governo federal um plano de vacinação.
Em seu perfil no Twitter o ministro disse que a situação quanto ao começo da imunização já passou dos limites de espera e que a ideia de criar um plano de vacinação deve ser tratada como prioridade, pois a falta de conhecimento não pode prevalecer sobre a ciência.
"Os atrasos e recalcitrâncias na importação das vacinas já passam do tolerável", disse.
Os atrasos e recalcitrâncias na importação das vacinas já passam do tolerável. Países vizinhos já estão iniciando a imunização. Estabelecer um cronograma de vacinação é medida urgente. A ignorância não pode prevalecer sobre a ciência.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) January 3, 2021
Moro pergunta se tem presidente em Brasília
Outras pessoas também já criticaram a demora por parte do governo quanto à vacinação, como é o caso do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que já compôs o atual governo. Moro também falou sobre os outros países já terem começado a vacinação e perguntou quando iria começar a campanha de imunização no Brasil.
Por fim, o ex-ministro perguntou se tem presidente em Brasília, alfinetando Jair Bolsonaro (sem partido), que não rebateu a fala do ex-magistrado.
De acordo com as informações que vem sendo divulgadas pelo Our World in Data, uma instituição independente vinculada à Universidade de Oxford, cerca de 36 países já definiram e começaram a vacinação.
As informações são colhidas pela instituição diretamente com os responsáveis que estão à frente no controle das ações de cada país.
Outra informação é de que mais de 9,9 milhões de pessoas já se vacinaram contra o coronavírus em todo o mundo.
Sobre a vacinação, o governo brasileiro até o momento assinou uma Medida Provisória que prever um orçamento de R$ 2 bilhões para ser usado na campanha de vacinação.
Até o momento existe a possibilidade de o Brasil escolher entre a vacina produzida pela empresa chinesa a Sinovac e o instituto Butantan de São Paulo, a CoronaVac, a vacina da norte-americana Pfizer e a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca.
Todas dependem da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que vem analisando qual imunizante deve ser adquirido pelo Brasil.
Ministro diz que usará a primeira vacina que for aprovada
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que só está esperando que a Anvisa libere o uso da vacina, pois garantiu que vai usar a primeira que for aprovada pela instituição.
O governo pretendia comprar os insumos que vão ser usados na aplicação da vacina, mas alegou que os preços dos instrumentos profissionais na área da saúde aumentaram.
O governo fez plano para comprar cerca de 331 milhões de unidades entre seringas e agulhas em um leilão eletrônico, mas acabou adquirindo pouco mais de 7 milhões de insumos.
Tudo indica que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) peça, nos próximos dias, a autorização emergencial da Anvisa para usar o imunizante da Oxford/AstraZeneca.