A Justiça do estado do Amazonas instaurou um inquérito para descobrir se houve improbidade por parte da administração pública no combate à pandemia em Manaus. Isso porque a situação chegou a um ponto que não deveria, visto que os órgãos públicos que atuam na área da Saúde já tinham total conhecimento sobre o risco de faltar oxigênio desde 10 janeiro.

Umas das apurações gira em torno de uma possível pressão por parte do Ministério da Saúde em recomendar o tratamento precoce com procedimentos cientificamente duvidosos.

A Justiça disse que quer saber se os funcionários que são responsáveis pelo tratamento de pacientes com coronavírus usaram métodos eficazes, e se enviaram toda aparelhagem com as devidas urgências para prestar a assistência exigida.

Segundo as informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo, o Ministério da Saúde insistiu para as redes públicas de Manaus usarem medicamentos cientificamente duvidosos, o que recebeu o nome de “kit covid”, composto por cloroquina ou hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina, como tratamento precoce do coronavírus.

Outra informação divulgada foi que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia feito uma visita à Manaus no dia 11 de janeiro, mas os órgãos de saúde dos municípios e estados disseram que não foi feita nenhuma recomendação quanto ao tratamento precoce da Covid-19.

No entanto, alguns funcionários da rede pública de saúde disseram que foram orientados a usarem o “kit covid” e isso também foi relatado por pacientes que cederam o consentimento para receber o medicamento.

O documento emitido pelo MPF recebeu a assinatura de vários procuradores. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Amazonas foi informada de que haviam médicos que trabalham em Unidades Básicas de Saúde (UBS) sendo forçados a receitarem "tratamento precoce" contra o coronavírus.

Gilmar Mendes e Maia culpam o governo por colapso em Manaus

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, usou as mídias sociais para falar sobre a crise no sistema de saúde do Amazonas. O ministro disse que a falta de oxigênio é resultado da falta de compromisso por parte do Governo federal no combate à pandemia e classificou a situação como uma catástrofe.

Gilmar Mendes se solidarizou com os familiares e vítimas da Covid que estão passando por este momento tão difícil, nas redes sociais e pediu oxigênio para o estado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia também acusou o governo de não ter prestado mais assistências ao estado e que isso é resultado uma agenda negacionista adotada por alguns líderes políticos.

Maia disse também que os parlamentares deveriam se sensibilizarem com a situação e abrir mão do recesso para voltarem ao trabalho e resolver esta questão e outras relacionadas à pandemia.