Após o Brasil ser afetado com a pandemia do novo coronavírus, muitos apenados que estão no grupo de risco estão ganhando o benefício de cumprir parte da pena em casa, tendo em vista do alto risco de contágio da doença nas celas.
Com isso, um homem apontado como líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no Paraná, identificado como Valacir de Alencar, acabou sendo beneficiado após ser condenado a 76 anos de prisão.
A soltura do detento foi concebida pelo juiz Diego Paolo no dia 1º de abril na sede de Regime Especial de Atuação. O líder da facção criminosa deverá retornar à cadeia assim que a pandemia for controlada no país.
Sobre a soltura, o juiz escreveu um boletim informativo que a Penitenciária Estadual de Piraquara está “bem acima de sua capacidade de lotação” e “além de superlotada, não conta com unidade de atendimento médico, nem sistema de ventilação e nem produtos higiênicos''.
Até o fechamento dessa matéria, nenhuma informação adicional foi apresentada sobre o respectivo caso.
Ministro da Justiça
A respeito da prisão domiciliar durante a pandemia do novo coronavírus, o ministro da Justiça, Sergio Moro, se pronunciou dias atrás.
De acordo com ele, esse momento é bastante delicado, mas não é necessário libertar todos os apenados que estão no grupo de risco. ''Não podemos simplesmente abrir as portas da cadeia'', argumento Moro.
Ele pediu a colaboração de alguns juízes, tendo em vista que muitos apenados com alto grau de periculosidade estão ganhando a liberdade provisória para cumprir parte da pena domiciliar. Nesse período, o ex-parlamentar Eduardo Cunha e o médium João de Deus acabaram sendo beneficiados com a decisão de Justiça e passaram a cumprir a pena em casa.
Coronavírus e detentos
De acordo com informações de alguns especialistas na área da saúde pública, as penitenciárias brasileiras são locais bastante propícios para que o coronavírus se espalhe entre os internos, tendo em vista que muitas celas não estão sendo higienizadas da maneira correta e quase nenhum preso está recebendo auxílio do governo para a proteção da doença, tendo como exemplo: máscaras e luvas cirúrgicas.
Além do novo coronavírus, os detentos também estão vulneráveis a serem contaminados com outras doenças contagiosas, já que a maioria das celas abriga a quantidade além da permitida pelo Ministério da Saúde.
Brasil e vírus
Assim como nos demais países, o Brasil também está sendo afetado diretamente pela pandemia. Apesar do isolamento social está presente na maioria dos estados brasileiros, mortes continuam sendo divulgadas. De acordo com informações do Ministério da Saúde, 2.741 mortes foram registradas nesses dias de quarentena, 43.079 casos foram confirmados e 22.991 pessoas tiveram alta após serem contaminadas com o coronavírus.