Devido à pandemia do coronavírus, não basta apenas a higiene pessoal quando se chega em casa após fazer compras em feiras ou supermercados. É preciso também redobrar a atenção em relação à higienização de embalagens de produtos diversos, assim como frutas, legumes, verduras, carnes e alimentos em geral.
O médico infectologista Jean Gorinchteyn, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, declarou ao portal G1 que água e sabão podem ser usados para higienizar produtos de limpeza, por exemplo, que geralmente são comercializados em embalagens plásticas.
No caso de ítens de papelão, é recomendável um pano umedecido com álcool 70%.
É preciso manter o isolamento social e reforçar ações de prevenção ao coronavírus
Por que álcool 70%? Porque essa concentração é a mais indicada para a função de bactericida, uma vez que facilita a entrada de ácool para dentro da bactéria e reduz o tempo de volatização, ou seja, permite maior tempo de contato do líquido com a superfície.
Para as verduras e os legumes, o infectologista recomenda colocá-los num recipiente com água e acrescentar quatro gotas de hipoclorito de sódio. Após cerca de dez minutos, retirar os alimentos e lavá-los normalmente em água corrente.
O que é o hipoclorito de sódio? É uma substância bastante utilizada para desinfetar superfícies, clarear a roupa branca, cozinhar, lavar legumes, frutas e hortaliças e também para purificar a água para uso e consumo humano, reduzindo as chances de contaminação por vírus, parasitas e bactérias, podendo ser encontrado a venda em farmácias, feiras ou supermercados. Mas atenção: se ingerido em doses exageradas, podem surgir sintomas como náuseas, vômitos, tosse e dificuldade para respirar, sendo necessário procurar atendimento médico urgente.
No caso de peixes e carnes, a primeira providência ao chegar em casa é descartar imediatamente a embalagem e, logo em seguida, lavar as mãos com água e sabão.
Depois, colocar os alimentos em um recipiente antes de guardá-los. Como várias outras pessoas podem ter manuseado as embalagens, todas devem ser necessariamente jogadas no lixo, até mesmo as de papel ou papelão.
Em quais superfícies o coronavírus permanece com maior tempo de vida?
Nos metais (como aço inoxidável) e nos plásticos, o coronavírus pode se manter vivo por até 72 horas, de acordo com informações da revista científica “New England Journal of Medicine”. Em papelão, a sobrevida é de até 24 horas, sendo de quatro horas em superfícies de cobre e de quarenta minutos a duas horas e meia no caso de poeiras e tosse, por exemplo.
Um estudo realizado por cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, revelou um dado importante, entre outros.
Após simulação feita com uma pessoa tossindo e o uso de um nebulizador, foi descoberto que o vírus se transforma numa espécie de poeira, ou seja, suas partículas ficam soltas no ar, sendo possível detectá-lo por quase três horas.
Isso prova a importância do uso de máscaras respiratórias e da necessidade de distanciamento social, de modo a conter a disseminação do contágio pela infecção do coronavírus. A orientação de médicos e profissionais de Saúde é para permanecer em casa o máximo de tempo possível.
O professor do Grupo de Bioquímica e Biofísica da USP (Universidade de São Paulo), Júlio Borges, declarou que o tempo de vida dos vírus varia e depende do tipo, da superfície e das condições do ambiente e ressaltou ainda a real importância de manter constante higienização dos espaços físicos com desinfetantes, álcool, água sanitária e sabão.