O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, comentou que a instituição está pensando em realizar uma reunião para falar sobre a possibilidade de entrar com um pedido de impeachment contra o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido). A atitude está sendo provocada por conta da demora por parte do Governo em iniciar a vacinação da população brasileira contra o coronavírus.
Durante uma entrevista ao jornal Valor Econômico, Santa Cruz disse que a reunião será entre os membros que fazem parte do Conselho Federal, a fim de que haja logo um controle sobre a pandemia no Brasil. Ele falou também que a instituição quer que o governo realize uma campanha em todo o Brasil sobre a vacinação.
O presidente da OAB disse que os membros do Conselho Federal andam preocupados com o controle sobre a pandemia e desejam ver uma campanha de vacinação sendo realizada. Em seguida ele diz que depois que a situação estiver controlada e as pessoas estiverem recebendo o imunizante, aí sim começarão a discutir o impeachment contra Bolsonaro.
Santa Cruz ressaltou que muitas pessoas do meio jurídico têm feito essa cobrança para ele todos os dias, mas nunca atendeu aos pedidos.
O magistrado e Bolsonaro já discutiram publicamente algumas vezes, porque Bolsonaro já deu a entender através de palavras, que o pai de Santa Cruz, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, que sumiu durante a época da ditadura no Brasil, pode ter sido assassinado pelos próprios colegas enquanto lutavam contra o regime militar. Em resposta o magistrado disse que Bolsonaro agiu de forma insensível e arrogante, e tal conduta acabam ferindo a legalidade e respeito à memória de seu falecido pai. O presidente da OAB disse que depois que a pandemia estiver amenizada as pessoas vão ir às ruas pedirem o impeachment de Bolsonaro.
Vale lembrar que a instituição pensou em enviar um pedido de impeachment contra Bolsonaro quando o ex-ministro Sergio Moro acusou o presidente de interferência na Polícia Federal pouco momento antes de declarar que estava deixando o cargo de ministro no governo do próprio Bolsonaro.
A OAB já entrou com um pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, e ela acabou sendo retirada do cargo através de uma votação entre os parlamentares que entenderam que ela deveria sair do cargo.
Governo não apresentou ainda um plano de vacinação
O governo não apresentou ainda uma data específica sobre quando a vacinação começará a ser feita. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que está esperando a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para adquirir as vacinas.
Bolsonaro disse que já assinou uma Medida Provisória que liberou 2 bilhões para comprar as vacinas assim que estiverem disponíveis. Ele alegou que não comprou ainda porque isso não é algo que se faz com pressa, pois não pode sair aplicando qualquer coisa nas pessoas.