Jair Bolsonaro

Eleito em 2018, após 27 anos como deputado federal, Jair Bolsonaro foi derrotado no segundo turno das eleições de 2022, tornando-se o primeiro presidente desde a redemocratização a não conseguir se reeleger.

Jair Messias Bolsonaro é um político brasileiro e capitão reformado do Exército. Ele serviu como membro da Câmara dos Deputados, representando o estado do Rio de Janeiro, desde 1991. Durante sua trajetória política, fez parte de inúmeros partidos, como PPB, PTB, PFL e PSC. Em 2018, filiado ao PSL, venceu a eleição para a Presidência da República, no segundo turno, com 55% dos votos válidos. Assumiu a chefia do Executivo federal em 1° de janeiro de 2019 e, 11 meses depois, anunciou sua desfiliação do PSL e a intenção de fundar sua própria sigla, batizada de Aliança pelo Brasil. Sem conseguir tirar a ideia do papel, acabou se filiando ao PL em novembro de 2021, partido no qual pretende disputar a reeleição em 2022.

1.História

Nascido em 21 de março de 1955, na pequena cidade de Glicério, no noroeste do estado de São Paulo, Bolsonaro formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977 e serviu nos grupos de artilharia de campo e paraquedistas do Exército brasileiro. Tornou-se conhecido do público em 1986, quando redigiu um artigo para a revista Veja criticando os baixos salários dos oficiais militares, episódio que levou à sua prisão por quinze dias. Um ano depois, também na Veja, publicou um artigo sobre um plano de explodir bombas em quartéis. Processado, acabou sendo absolvido no ano seguinte pelo Superior Tribunal Militar (STM) por 9 votos a 4. No mesmo ano ingressou na reserva do Exército, com a patente de capitão, após ser eleito vereador no Rio de Janeiro. Dois anos mais tarde se elegeu deputado federal, cargo no qual ficaria por 27 anos. Durante sua trajetória parlamentar, ficou famoso pelas posições polêmicas.

2.Candidatura à Presidência

Bolsonaro anunciou sua pré-candidatura a presidente em março de 2016, como membro do Partido Social Cristão (PSC). No entanto, ele deixou o partido em 2018 e se juntou ao Partido Social Liberal (PSL), que lançou sua campanha presidencial em agosto de 2018, com o general reformado Hamilton Mourão como vice.

Bolsonaro ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições gerais de 7 de outubro de 2018. O candidato petista Fernando Haddad ficou em segundo lugar. Os dois voltaram a se enfrentar em 28 de outubro de 2018, e Bolsonaro foi eleito com 55% dos votos. Sua posse como 38º presidente da República foi no dia 1° de janeiro de 2019, recebendo a faixa presidencial das mãos de Michel Temer.

3.Governo e reeleição

A vitória de Bolsonaro e o início de seu mandato como presidente foram marcados por um clima de grande polarização política no país. Em seu primeiro ano à frente do Executivo, Bolsonaro conseguiu uma importante vitória política ao aprovar a Reforma da Previdência, uma pauta que já vinha se arrastando desde o governo de seu antecessor, Michel Temer (MDB). No final daquele ano, no entanto, Bolsonaro viu seu principal adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ser solto após 1 ano e 7 meses preso, beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal que reconhecia o direito de réus condenados responderem em liberdade até o julgamento do último recurso.

O ano de 2020, por sua vez, trouxe uma série de desafios para o governo Bolsonaro. Em abril, o presidente sofreu um duro golpe ao ver o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, um dos principais expoentes de seu governo, deixar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, alegando interferência de Bolsonaro do comando da Polícia Federal. Ainda naquele primeiro semestre, o Brasil, assim como o resto do mundo, foi atingido em cheio pela pandemia do coronavírus. As atitudes e falas do governo nos meses que seguiram geraram uma avalanche de críticas à gestão Bolsonaro, que culminaram na criação da chamada CPI da Covid-19 para investigar supostos desvios de recursos da União repassados a Estados e municípios.

O início de 2021 trouxe grande expectativa na população com a aprovação no país das primeiras vacinas contra a Covid-19, no entanto, o governo Bolsonaro foi muito criticado pelo atraso na aquisição dos imunizantes e por questionar sua eficácia. O presidente, inclusive, até hoje afirma que não tomou a vacina. Aquele ano ainda seria marcado por uma série de atos antidemocráticos durante as celebrações do 7 de Setembro, com Bolsonaro não apenas fazendo parte das manifestações como elevando de tom de críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Neste ano de 2022, com a aproximação do período eleitoral, Bolsonaro repaginou o Bolsa Família, programa de distribuição de renda criado durante o governo Lula, mudando seu nome para Auxílio Brasil e elevando o valor mínimo do auxílio para R$ 600. Mesmo com isso, ao longo do ano as principais pesquisas de opinião pública apontavam uma larga vantagem do candidato na disputa pela Presidência da República. A resposta de Bolsonaro foi insistir em sua já conhecida estratégia de atacar, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro.

4.Derrota

No primeiro turno da eleição presidencial de 2022, ocorrido no dia 2 de outubro, Jair Bolsonaro ficou na segunda colocação, com 43,2% dos votos válidos, atrás do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou com 48,43%. No segundo turno da eleição, ocorrido no dia 30 do mesmo mês, Bolsonaro acabou sendo derrotado por Lula, por uma estreita margem (49,10% para o atual mandatário, contra 50,90% do ex-presidente), tornando-se assim o primeiro presidente desde a redemocratização a não conseguir se reeleger.

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